Estamos assistindo a mais um drama cotidiano televisionado. A invasão de uma história de um louco amor....ou melhor amor de um louco. Mas será que louco ama? puramente ama? Se separarmos o amor e a paixão, logo teremos a resposta estampada em nossa cara.....mas deixo ela pro final.
Não vou aqui falar da mídia, minha casa, meu ofício, até por que vai ter muita gente falando da ética da TV, jornal e afins.....Quero falar do ser humano. Esse sim em interessa, por que mídia é só o meio que se processa a mensagem, as pessoas nas duas pontas é q são os fins, e esses a meu ver, os mais importantes.
Como alguém que já passou pela mira de um revolver de um namorado ciumento, que não queria admitir o fim do namoro, acho que posso falar com um pouco de conhecimento de causa. Tudo bem isso já faz mais de 20 anos, não deixou traumas, mas uma analise profunda do que é querer o outro. Nestes casos, o meu e o da menina de Santo André, o querer não é querer bem, amar e sim o querer possuir controlar.
Na Carta a Corintos, o apóstolo Paulo já falava que o amor é benigno, não quer o mal, é altruísta é libertário. Querer uma pessoa é principalmente querer que essa pessoa seja feliz, indiferentemente se se é feliz junto com o amado ou não. Mesmo que o coração doa, sangre rio de lágrimas, isso passa. Essa é a parte da paixão que está morrendo, mas amor não morre, ele se transforma.
Então voltamos à eterna questão do amor e da paixão, temas inacabáveis na história da humanidade e mola propulsora de filósofos e poetas. Se o amor é doação, então podemos entender a paixão como dominação. A psicanálise já diz de paixão é a imagem idealizada de um ser que não existe, real somente nos nossos sonhos. Seria um apaixonar-se pelo ideal, o não real. Ora, acreditar no não real concreto já suscita dúvidas da sanidade do apaixonado....mas tudo bem afinal quem já não fez “loucuras de amor” ( deveria aqui ser substituído por paixão)? E o que dizer de “louco de ciúmes”?
Em uma época que a sociedade vive a superficialidade de tudo, inclusive das emoções, entender amor como paixão é uma linha tênue e muitas vezes imperceptível. Se paixão é querer e amar e quere bem, cuidado!!!! Vejo a paixão como Sartre, Binswanger e tantos outros existencialistas... onde o outro está aqui para me servir, como um objeto do meu prazer. E a visão do amor como a dos humanistas como Petrarca, Maslow, Madre Teresa, Jesus Cristo....enfim uma lista também enorme, em que o outro faz parte da minha de mim, onde o bem estar é uma doação ao outro.
Chegamos a resposta desse triste espetáculo do ABC paulista. Não satisfeito, o rapaz de 22 anos, sistematizado pelo consumo das emoções, avança sobre a razão e se afunda na violência de ter o outro ser para si. Se enganando em um caminho sem volta, onde o que busca é o ideal de felicidade que deveria estar dentro, mas coloca fora de si mesmo.
Ah! Dizer que “estar fora de si” não é sinônimo de loucura?
Um comentário:
muito legal seu artigo.
pparabéns.
quando vamos ver voçe na teve novamente?
Matheus
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