Desde a origem do pensamento filosófico a beleza e a natureza são alvos dos autores como Platão, Aristóteles e Plotino que se ocupavam do problema do belo e da expressão máxima de beleza/divindade. Na Republica, Platão busca definir o belo em si, a idéia geral e universal de beleza, aproximando a estética, a beleza e a ética. Aristóteles introduz as regras de ordem, grandeza, simetria e unidade ao critério platônico de harmonia, para tentar definir o belo. Assim rompe com a idéia de que a beleza é algo transcendental ao homem.
Na idade média, se introduz o conceito de beleza com a identificação direta com Deus. Spinoza, nos mostra, no sec. XII, uma nova abordagem, como o bom e o mal, o feio e i belo. Esta abordagem é totalmente subjetiva, atribuindo alo olhar o espectador essa sentença. Somente a imaginação do espectador dará valor de bom ou mal, feio ou belo ao objeto ou ação.
Mas somente a partir do sec. XVIII, com a obra de Kant, a estética e o estudo sobre o que é belo teve seu desmembramento e começou a conhecer como disciplina independente. O filósofo contemporâneo Lipovetsky, apresenta em O Luxo Eterno, que somente a partir desse século é que há uma mudança histórica construtiva da feminilização do luxo.
Como vitrine do homem, a mulher por intermédio de seu vestir, exibe o poder pecuniário e estado social do homem. Segundo ele, é na era da modernidade na qual as obras de arte são mais valoradas e seus criadores lançados a personagens de primeiro plano, cheios de idéias e de glórias imortais, e o luxo vai conjugar-se com a obra pessoal do autor , a criação e a beleza.
Depois da revolução industrial e do aumento da capacidade de consumo, as grandes indústrias de bens de consumo começam uma nova realidade sobre o luxo q para aqueles que não tinham dinheiro para consumir os produtos de luxo. De um lado, o autentico, fora de sério, exclusivo quase sem preço, inalcançável. De outro a imitação, degradada, estandardizada, democratizados modelos, com material menos rico e imitando os originais prestigiosos, colocados ao alcance de uma clientela, mas ampla e havida pelo consumo desse “luxo”.
Na segunda metade do sec. XX, a condição da mulher na sociedade muda novamente. A inclusão das mulheres no mercado de trabalho, nas academias científicas, a revolução do feminismo, eleva a mulher ao patamar de consumidora. O status social agora também pertence a ela. E o mercado de bens e serviços estava atento para esse novo público consumidor.
Ao assumir o controle do poder de compra, as mulheres contemporâneas investem no culto a beleza, assim como as ninfas, afrodites, nefertites ou cleópatras. Com a imagem de mulheres perfeitas, saem do subconsciente para o consciente, materializam-se em lipoesculturas, megahairs, tratamentos a laser, procedimentos dos mais variados para tornarem-se as deusas da beleza atual. Em uma sociedade pautada pelo poder das imagens, as mulheres se tornaram mestras no mercado da aquisição do divino.
Enquanto os filosofos pensam as mulheres agem.